* Partilhar no Google+ Durão Barroso conseguiu livrar-se nos últimos dias de dois dos comisssários mais contestados da sua equipa, mas terá ainda de proceder a mudanças em pelo menos mais dois para satisfazer as exigências de remodelação do Parlamento Europeu (PE).Rocco Buttiglione,nomeado pelo governo italiano e a quem Durão Barroso atribuira o pelouro da Justiça, Liberdade e Segurança, foi o primeiro a desistir do cargo, no sábado, depois da fronda que provocou no PE com as suas teses em defesa da família tradicional e contra o casamento homosexual. Ontem foi a vez do governo da Letónia anunciar a retirada, a pedido de Durão Barroro, de Ingrida Udre, outro dos nomes mais contestados pelos eurodeputados devido a um passado de eurocepticismo e de irregularidades no financiamento do seu partido político. Riga anunciou logo a seguir a nomeação de Andris Piebalgs, de 47 anos, ex-ministro das Finanças, ex-embaixador junto da UE, e actual chefe de gabinete da primeira comissária letã, Sandra Kalniete, membro da equ ipa cessante de Romano Prodi.Mesmo se o afastamentro destes dois comissários facilita a tarefa de Durão Barroso, tudo indica que estão longe de ser considerados suficientes pelo PE que, na semana passada, e sob a ameaça de uma derrota humilhante, obrigou o presidente indigitado da Comissão a retirar a equipa e a prometer uma remodelação. O braço de ferro com o PE impediu a nova Comissão de entrar em funções como previsto a 1 de Novembro. Pelo menos mais dois comissários foram assumidos pelo PE como inaptos para assumir os cargos previstos: a holandesa Neelie Kroes e o húngaro Lászlo Kovács. A primeira, a quem Barroso atribuiu a política de concorrência, o posto mais poderoso da Comissão a seguir ao de presidente, está em risco de se tornar numa comissária em "part-time" devido aos inúmeros conflitos de interesses que a sua extensa carreira no mundo dos negócios poderá provocar com as suas funções europeias. O segundo, pelo fraco conhecimento que demonstrou do pelouro da energia.De ac ordo com um responsável húngaro, Barroso não pediu a Budapeste a substituição de Kovácz, ao contrário do que acontecera com Ingrida Udre: neste último caso, um porta-voz do governo de Riga disse expressamente que Barroso "em carta ao primeiro-ministro letão, pediu a nomeação de outro candidato". A mesma fonte húngara manifestou a esperança que esse pedido não se concretize no caso de Kovácz, precisando que Budapeste não tem qualquer intenção de o substituir, embora admitindo uma eventual alteração de pelouro.Holanda resiste à mudançaJá os holandeses emitiram ontem sinais de resistência firme à substituição da "sua" comissária, e mesmo da eventual atribuição de outras responsabilidades. O problema de Barroso neste caso é que Kroes foi nomeada por Haia em resposta ao seu pedido de obter pelo menos oito mulheres no total dos vinte cinco comissários, o que dificulta agora a sua substituição. Bernard Bot, ministro holandês dos negócios estrangeiros não deixou aliás ontem marg