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‘Foi uma semana histórica’, diz ativista sobre ‘onda’ de autorização a casamento gay nos EUA

Juiz do Alasca derruba lei que bania união entre pessoas do mesmo sexo

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Cateflyn Schnell e Terry Holloway se beija, antes de preencher formulário para dar entrada no casamento
Foto: Mark Thiessen / AP
Cateflyn Schnell e Terry Holloway se beija, antes de preencher formulário para dar entrada no casamento - Mark Thiessen / AP

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RIO - Dando continuidade a um movimento intensificado neste mês, o estado americano do Alasca autorizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A decisão de um juiz federal de anteontem derrubou uma lei estadual que, desde 1998, bania a união e determinava que casamentos só podiam ocorrer entre homens e mulheres.

Ao menos 13 estados dos EUA permitiram o casamento gay desde o início de outubro, em uma onda desencadeada pela Suprema Corte e comemorada por ativistas, que definem o momento como “histórico”. Agora, ao menos 27 dos 50 estados concedem o direito civil.

Na sentença, o magistrado argumentou que a constituição local garante proteção individual a todos, independentemente do sexo. A decisão foi motivada por cinco casais que entraram com ação contra o estado em maio. O governo do Alasca afirmou que vai recorrer.

- Estamos tão felizes que tantos tenham lutado pela igualdade por tanto tempo. Quero dizer, por décadas - afirmou Susan Tow, que junto com sua mulher, Chris Laborde, estava entre os casais que pediram a anulação da proibição.

Estados seguem Corte

O movimento do Alasca segue tendência disparada nas últimas semanas depois que, no último dia 6, a Suprema Corte americana se recusou a se envolver no debate constitucional sobre o casamento homossexual. A decisão permitiu que gays se casem legalmente em Virgínia, Utah, Oklahoma, Indiana e Wisconsin. Idaho, Nevada e Carolina do Norte também estão entre os estados que tomaram decisões semelhantes em seguida.

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- Foi uma semana histórica para LGBT americanos. Isso prova que o casamento não é um valor da Califórnia ou de Nova York... É realmente um valor americano, e estado algum deve ser capaz de negar que duas pessoas apaixonadas se casem só porque são gays ou lésbicas - afirmou Sarah Warbelow, diretora jurídica da Human Rights Campaign, organização que luta pelos direitos civis de pessoas LGBTs.

Para Beto de Jesus, secretário da International Lesbian, Gay, Bisexual, Trans and Intersex Association (Ilga) para América Latina e Caribe, a onda americana é influenciada por uma abertura do Executivo ao diálogo com essas minorias.

- Barack Obama vem se comprometendo com uma série de propostas nesse sentido. Assinou ordem contra discriminação a gays no trabalho, por exemplo. Um Executivo que se posiciona favorável a esses direitos ajuda consideravelmente na luta local. Faz com que as pessoas percebam que isso é uma discussão de direitos, e não moral.