A vidinha

Nas últimas semanas, tenho lido uma contra argumentação interessante face a um argumento que algumas pessoas utilizam em relação aos casamentos dos homossexuais. O argumento é que com tantos problemas que o país já tem, estar-se a discutir isto a esta altura do campeonato é ridículo. Eu não sou uma partidária desta opinião mas também não concordo com a contra argumentação. E não concordo com a contra argumentação, ou seja, com aquelas pessoas que dizem que os que acham que o país tem mais em que pensar, estão no fundo contra o casamento e acham que tem que se dar a devida importância aos direitos individuais e civis, porque me parece que os primeiros não estão assim tão despromovidos de razão.

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Já não era sem tempo!

Com mais ou menos protestos, com gente ainda a clamar pela família e pelo casamento procriador, com quem aceita olhar para o outro lado desde que não se lhe chame “casamento”, e até com quem fica a vociferar contra a decadência de costumes, hoje avançamos um pouco mais em direcção à efectiva igualdade  de direitos entre todos os seres humanos. Que ainda falta muito? Com certeza. Mas isso não retira importância a esta conquista.

Há quem diga que a questão é de escassa importância, que o país tem problemas maiores e mais prementes. Eu digo que ninguém deve viver o amor como algo sórdido ou indigno da sociedade.

E que ninguém deve enfrentar a humilhação pública, a discriminação, quando não a violência verbal e física por amar um homem ou uma mulher. E se isto não vos parece essencial, então vemos o mundo de maneira muito diferente. [Read more…]

Um referendo para mim, um referendo para ti

Um grupo de pessoas vai entregar amanhã, na Assembleia da República, as 90.785 assinaturas que recolheram a favor de um referendo sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Acho muito bem que se façam referendos deste género. Aliás, sugiro que, por uma questão de custos e facilidade de agendamento, se marque, para o mesmo dia, um referendo sobre o casamento entre pessoas de sexo diferente. E outro sobre se os homens portugueses ainda podem usar bigode farfalhudo. Já agora, aproveitando o boletim, outro sobre se as mulheres podem ou não usar calças.

Poderia ser uma bela festa da democracia representativa. Colocávamos em cima da mesa dos analistas, comentadores, políticos e politiqueiros que temos por cá, a maioria uns inúteis, um rol de matérias relacionadas com liberdades individuais, colectivas, sociais.

Seriam, com toda a certeza, as mais animadas e engraçadas eleições que teríamos.