O CASAMENTO HOMOSSEXUAL E OUTROS MAIS

Setembro 28th, 2008

(CASAMENTO GAY:   TEMA  POLITICAMENTE INCORRECTO RELATIVAMENTE AO ESCRIBA)

Em Portugal está na ordem do dia (no Parlamento e não só) o casamento dos homossexuais. Embora, por razões de alinhamento partidário os devesse defender, confesso (“eu pecador me confesso”) ter as minhas dúvidas tanto por oportunidade do debate, relativamente a outras matérias, em Portugal e na actualidade, muito mais pertinentes, como pensar que a instituição casamento é demasiado conservadora, para quem se reivindica marginal (no bom sentido), tanto mais que se me afigura que o regime da união de facto, para estes cidadãos, prevista, cumpre, pelo menos de algum modo, essa função.

Há dias no “fórum” da TSF (programa de antena aberta à opinião dos ouvintes, em que por vezes participo) achei muito curiosa e, também, hilariante a intervenção de um ouvinte que, dizendo que achava que o casamento era para acasalar e procriar e que não via como seres do mesmo sexo poderiam atingir esse desiderato, defendia como mais lógica ou paralelamente a poligamia.  Face a isto ri-me a bom rir não só pelo insólito da proposta do ouvinte, mas também por começar a pensar que a legalização da poligamia constituiria a destruição da nossa sociedade, assente na família a dois (e eu que tenho uma certa costela de radical revolucinário “secretamente”, de certo modo, desejo-o). Depois falei com uma amiga, que depois de se rir e de ouvir as minhas “razões”, no seu  feminista desejo de igualdade (legítimo), defendeu a poliandria ( o mesmo que a poligamia, que deixa que o homem tenha várias mulheres, mas relativamente à mulher poder ter vários maridos). Disse-lhe resoluta e convictamente que nada contra tinha. Mas pelo caminho ri-me ainda mais e agora já sei. Vou defender a legalização da poligamia e da poliandria em simultâneo.

Mas caro leitor a história não se fica por aqui. Como por acaso dos acasos e coincidência das coincidências, também há dias foi-me dado assistir a um curioso debate, nesta minha cidade das Caldas da Rainha, realizado pela Associação Forense do Oeste, superiormente animado pela Srª. Juíza Isabel Batista, numa periódica iniciativa que se denomina o “Café das Quintas” (porque é sempre há 5ª. Feira, no tradicional e antigo Café Central, que me deve alguma coisa por estar aberto e não se ter travestido em loja chinesa ou em casa de óculos, ficando, nesse caso, os caldenses “a ver o “Central” por um canudo”).    Ora este debate, subordinado ao tema “o pecado”, teve por animador o ilustre especialista em questões religiosas o Professor Moisés Espirito Santo, que eu já ouvira na TV e de quem gostara. Todavia, na 5ª. Feira passada,  o debate pela eloquência e desassombro do ilustre animador, superou todas as minhas expectativas e trouxe-me importantes novidades sobre o antigo testamento e mesmo sobre o novo.   A saber: a sociedade judaica antes e no tempo de Cristo era poligâmica e este não condenou a poligamia.  O debate teve outros aspectos interessantes, em que o conferencista tentou demonstrar que o Cristianismo e o Catolicismo são uma construção do Poder, da Igreja ou das Igrejas. Mas voltando a Cristo, este não condenou a poligamia, tendo condenado antes a escravização da mulher pelo homem, que, naquele tempo, fazia desta quase um objecto ou como um animal de que fosse proprietário. Afinal se já sabíamos que a “SANTA MADRE IGREJA”, pouco ou nada de santidade tinha, porque assentou em muitas mistificações e até “crimes”, separadas as épocas, semelhantes aos do nazismo, como a “SANTA INQUSIÇÃO”, ficamos (fiquei eu) a saber que em aspectos essenciais adulterou a palavra do seu principal profeta e Deus.

Mas voltando ao assunto e concluindo, NADA TENHO CONTRA O CASAMENTO DOS HOMOSSEXUAIS, COMO, SE TAL FÔR APROVADO, TALVEZ ME DÊ PARA (PORQUE NÃO) DEFENDER E ATÉ ENCABEÇAR UM MOVIMENTO NA DEFESA DA LEGALIZAÇÃO DA POLIGAMIA E DA POLIANDRIA, EM SIMULTÂNEO, tanto mais que é inconstitucional prejudicar um cidadão português, por razões de orientação sexual.  Tenho dito e “amen”.

   Caldas, 28 de Setembbro de 2OO8        –   Fernando Rocha

Entry Filed under: Dossier Política/Sociedade,Geral

4 Comentários Inserir o seu Comentário

  • 1. carlos  |  Outubro 2nd, 2008 ás 5:23

    aqui meu amigo – tá começando a crescer o número de igrejas de segunda realizando casamentos de homosexuais – tá virando moda – e tudo que é moda – dá dinheiro – se dá dinheiro – então é bom – hahaha diz o profeta

  • 2. wagner  |  Fevereiro 11th, 2009 ás 22:20

    homosexuais o homem nao pode casar com homem porque deus nao se alegra disso,abra sua biblia em LEVITICOc18v19ao30, ta vendo meus irmaos esta tudo na biblia, muitas pessoas nao estao obedecendo, a palavra de deus. meus irmaos nao fique com raiva de mim eu so prego a biblia.

  • 3. Fernando Rocha  |  Fevereiro 12th, 2009 ás 18:53

    Eu não fico com raiva de si porque recusa esta situação, alegando essa recusa com a Bíblia. Para mim a Bíblia não é um livro sagrado, pois acredito que ela foi feita por homens, mas como democrata que sou (mais a mais em questões de crença, respeito todas as crenças, embora em algumas não acredite). Não recuso, porque não tenho o direito, também como democrata, de recusar o casamento homosexual; isto é não quero impôr as minhas convicções a ninguém (em questões de moral, convicções desta natureza, cada um tem o direito de escolher as suas). Isto, todavia, não quer dizer que, em minha opinião, o ache necessário, em termos de reivindicação, o casamento homosexual. Se o estatuto da união de facto garantir direitos análogos aos laços de família que o casamento institui, penso que essa devia ser a reivindicação dos homens e das mulheres homosexuais. Mas como lhe digo se essa é uma reivindicação, para mim, tudo bem. Aliás eu, de certo modo, acho o instituto do casamento algo de demasiado convencional, que “bulha” um pouco com uma certa marginalidade que as relações homesexuais comportam nesta sociedade em que vivemos.
    12-O2-2009 – F. Rocha

  • 4. SI_FRELIK  |  Setembro 13th, 2009 ás 3:16

    De forma mais sintética possível gostaria de expressar minha opinião no que se diz respeito ao homosexualismo. Como exemplo, seria interessante comparar tal assunto à pena de morte. Aqui no Brasil, por exemplo, muitos são a favor da pena de morte, MAS, DESDE QUE não seja com um membro de sua família, da mesma forma ao que se refere ao homosexualismo. A hipocrisia faz parte da sociedade, infelizmente. Uma coisa é dizer que aceita,outra é aceitar realmente. Não há como negar por mais modernos que pensamos ou queremos ser, estaremos sempre ligados aos princípios morais e religiosos herdados de nossos familiares.

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